domingo, 29 de junho de 2014

Um convite a reflexão.
   
 "O Modelo dos modelos"    
O texto de Italo Calvino me remete a dois outros importantes textos. O primeiro é de um grande filósofo de nome Canguilhem. Ele tentou definir o conceito de normal, patológico, doença e anomalia e tenho, pra mim, que ele foi muito feliz com suas descrições.  Normal vem do grego normalis e indica aquilo que segue uma regra, logo se baseia em conceitos estatísticos. O normal seria algo que se estabelece como uma característica presente na maioria da população. Canguilhem critica essa definição e diz que o normal deve ser pensando como corpo subjetivo. O indivíduo deve ser tomado como um todo e em um modelo temporal e só ser considerado portador de patologia quando há: alguma restrição o impeça de realizar alguma atividade que ele realizava antes, dor, sofrimento, sentimento de vida contraria, o individuo se encontro no polo de doença. E a normatividade seria a capacidade de o individuo retomar ao padrão de normalidade. A anomalia sim tem relação ao desvio estatístico segundo os pensamentos do filosofo e nem toda anomalia é sinônimo de doença. A mesma só será considerada doença quando o individuo não conseguir ser normativo em relação a tal anomalia. O paralelo feito entre este autor e aquele se dá na infeliz ideia inicial do senhor Palomar citado no texto de Calvino em tentar encontrar para o ser humano um padrão perfeito e na felicidade em perceber que os padrões precisam ser mutáveis. “...construir um modelo na mente, o mais perfeito, lógico, geométrico possível;” “...só restava a Palomar apagar da mente os modelos e os modelos de modelos” “...se depara face a face com a realidade mal padronizável e não homogeneizável,”.

         O segundo autor que me vem à mente é o escritor francês Antoine de Saint-Exupery e um dos seus contos no livro: O pequeno príncipe. O conto que se faz paralelo com esse texto é quando o pequeno príncipe se depara com o rei de um dos mundos que ele encontra durante a sua viagem. Este rei queria sempre mandar e dava ordens a tudo e a todos, estipulando assim um modelo a ser seguido. No encontro dos dois o protagonista do livro infantil boceja e o rei diz que o mesmo não pode realizar tal ato pois não foi ordenado a tal. Ele responde dizendo que não  possui controle sobre isto e o rei, percebendo que não poderia estipular um padrão e para não perder a autoridade, ordena que boceje sempre que houver vontade. Percebemos com essa comparação que não há ordens ditadas que possam servir para todos logo não há modelo padronizado para nós.

         Depois da leitura dos três textos percebemos que não existem padrões exatos a serem seguidos! Devemos olhar cada um de uma maneira individual e como um todo de uma maneira cronológica. Como professora de AEE percebo que nem todos os alunos possuem um mesmo padrão e que nós não podemos esperar achar um padrão neles. Devemos sempre olha-los de modo individual e tentar encontrar as especificidades em cada um deles e auxilia-los da melhor maneira possível.
 
Referências:
CANGUILHEM, G. O normal e o patológico. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2002.
Saint-Exuperry, Antoine. O pequeno príncipe. 1943

domingo, 8 de junho de 2014

Tecnologia Assistiva para crianças com TEA – Transtorno do Espectro Autista

Tecnologia Assistiva para crianças com TEA – Transtorno do Espectro Autista


É através da comunicação que acontece o desenvolvimento humano, através da interação com outras pessoas. Uma das características das pessoas com Transtorno do Espectro Autismo é a deficiência na comunicação o que o deixa privado da interação social e sua autonomia.

Vários estudos são realizados com o objetivo de desenvolver formas de comunicação que possa contribuir para o desenvolvimento na comunicação das pessoas com autismo. Uma disposição para o meio de comunicação das pessoas com autismo é a Tecnologia Assistiva.

“Tecnologia Assistiva é uma área do conhecimento, de característica interdisciplinar, que engloba produtos, recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços que objetivam promover a funcionalidade, relacionada à atividade e participação de pessoas com deficiência, incapacidades ou mobilidade reduzida, visando sua autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão social”.

A tecnologia Assistiva tem recursos que servirá de suporte para favorecer meios em que as pessoas com dificuldade de comunicação possam estar se comunicando, mas se faz necessário a interferência das pessoas envolvidas neste processo, visto que os recursos precisão ser manuseados e planejados para que venhamos obter vitória neste procedimento.

Segundo classificação de Zaporoszenko e Alencar (2008), tais recursos utilizados em CA podem ser tanto de baixa quanto de alta tecnologia. Os de baixa tecnologia podem ser representados por gestos manuais, expressões faciais, Código Morse e através de signos gráficos. Os signos gráficos podem ser elaborados por meio da escrita, de desenhos, de figuras (fotos, gravuras, entre outros) e de símbolos pictórios. Para tanto, é possível utilizar os mais variados sistemas de CA, através dos quais podem ser elaboradas pranchas, painéis, carteiras, entre outros (ZAPOROSZENKO e ALENCAR, 2008).

Vamos comentar agora sobre alguns recursos que podem ser usados com crianças com TEA. Um deles são os cartões de comunicação, usados como meio de comunicação receptiva e expressiva com criança com Transtorno do Aspecto Autista.

Publico alvo: Criança com TEA, a parti da infância.


Local onde será utilizado: Sala de AEE, sala de aula comum e em sua residência.


Discrição: São fichas confeccionadas em forma de cartões com fotos, símbolos, figuras, é portátil podendo ser levado para todos os lugares. Podem ser em fichas soltas, presas em forma de argola ou em caderno, às figuras devem esta relacionada ao contexto que deseja ser alcançado.    

Intervenção: A criança ira demostrar o que deseja dependendo da sua necessidade, se for necessidade de ir ao banheiro ira mostrar o símbolo indicado ao banheiro. Assim se a criança não conseguia fazer suas necessidades fisiológicas no banheiro o objetivo é que ela aprenda a fazer no banheiro.


PRANCHAS DE COMUNICAÇÃO


       Discrição: Deverá ser confeccionada levando em conta a necessidade diária do aluno, são cartelas, fichas, cartões que podem ser impressa em um site e podem ser confeccionada manualmente também. Colocam-se figuras dependendo dos objetivos que deseja alcançar.

Intervenção: O aluno vai ser orientado para mostrar, apontar, se comunicar através das pranchas conforme a sua necessidade.


PAREAMENTO


          Discrição: material feito com caixa de televisão, pintada, letras de EVA em varias cores, com a escrita do nome da criança que estou trabalhando.

Intervenção: colocar as letras formando o nome da criança, completar o nome com as letras que esta faltando. Será incentivada a desenvolver a escrita e a pronuncia do seu nome.



REFERÊNCIA:


ATA VII - Comitê de Ajudas Técnicas (CAT) - Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência (CORDE) - Secretaria Especial dos Direitos Humanos - Presidência da Repúbliva.

BEZ, M. R Comunicação Alternativa e TEA. In: Curso de Atendimento Educacional Especializado. Disciplina: AEE E TGD. 2014


BEZ, M. R. Recursos Tecnológicos de Apoio para TEA.  Curso de AEE - UFC. Disciplina: AEE E TGD. 2014.