domingo, 20 de abril de 2014

Diferenças entre Surdocegueira e Deficiência Múltipla

 

 

A surdocegueira é uma nomenclatura usada universalmente para mencionar a pessoa que apresenta perda visual e auditiva simultâneo  em graus diferentes. A surdocegueira pode surgir em diversos períodos podendo ser de duas maneiras, primeiramente congênita o individuo já nasce surdocego ou aparece nos primeiros anos de vida, sem ainda ter adquirido ”uma língua” (português ou Libras – Língua Brasileira de Sinais). São os casos de crianças com sequelas da rubéola congênita. Em segundo, temos também a surdocegueira adquirida quando a pessoa ficou surdocega após a aquisição de uma língua, seja oral ou sinalizada. Os exemplos mais freqüentes deste grupo são em pessoas com “Síndrome de Usher”. “A surdocegueira, não é uma deficiência múltipla, as pessoas com surdocegueira não são classificadas como múltiplas, pois quando elas têm oportunidades interagem com o meio e com as pessoas adequadamente.” (Ikonomidis, Vula)
Por não receberem as informações sobre o que esta ao seu redor, por terem nascidos surdocego, precisam de um interprete como mediador na comunicação, para saber o que lhe cerca. “Seu conhecimento do mundo se faz pelo uso dos canais sensoriais proximais como: tato, olfato, paladar, cinestésico, proprioceptivo e vestibular”. (Profa. Dra. Shirley Rodrigues Maia).

Refere-se a deficiência múltipla quando é constatado que a pessoa tem mais de uma deficiência, ”é uma condição heterogênea que identifica diferentes grupos de pessoas, revelando associações diversas que afetam, mais ou menos intensamente, o funcionamento individual e o relacionamento social” (fascículo DMU). Os indivíduos com deficiências múltiplas têm características próprias, particular, e não mostram semelhantes tipos de deficiência, podendo apresentar deficiência auditiva e deficiência mental, deficiência auditiva e autismo, cegueira e deficiência mental e outras.
Não é garantido que as informações na deficiência múltiplas cheguem na integra “mas ela sempre terá o apoio de um dos canais distantes (visão e ou audição) como ponto de referência, esses dois canais são responsáveis pela maioria do conhecimento que vamos adquirindo ao longo da vida”.
 A comunicação é o meio pelo qual as pessoas interagem no ambiente, familiar, escolar, em todos os lugares. O principal meio de comunicação é a visão e audição, com a falta de uma dos dois ou dos dois, se faz necessário proporcionar meios de comunicação que sejam viáveis para conceder eficácia na transmissão e interpretação. É de suma importância conhecer as habilidades e dificuldades de comunicação das pessoas com deficiência múltiplas e das pessoas surdocego, fazendo-se necessário a criação de medidas que venham melhorar o acesso a comunicação. Para a Doutora (Shirley Rodrigues Maia) a comunicação receptiva e Expressiva ajudará na compreensão e na transmissão do conteúdo do dia a dia das pessoas com deficiência.
Muitas pessoas com deficiência múltipla ou com surdocegueira podem aprender a se comunicar por meio de gestos, mas podem ter dificuldade para conseguir uma comunicação usando símbolos abstratos tais como: palavras faladas ou língua de sinais (Rowland e Schweigert, 1989; Rowland & Stremel-Campbell, 1987).
Abordagem educacional de uma pessoa com deficiência múltiplas e surdocegueira deve ser bem planejada, dando prioridade a um meio de comunicação que venha auxiliar no seu desenvolvimento educacional. ”É preciso desenvolver atividades de maneira multisensorial para garantir o aproveitamento de todos os sentidos e proporcionar atividades para uma aprendizagem significativa com oportunidades de generalizar para outros ambientes e pessoas (atividade funcional)”.
Devemos respeitar o tempo de cada pessoa e as suas escolhas em realizar as atividades, criar rotinas claras e uma comunicação adequada. Precisamos desenvolver um trabalho, proporcionando meios que levem a independência, criando assim uma autonomia dentro e fora da escola. “Para que ocorra aprendizagem é preciso proporcionar experiências em quantidade suficiente para poder aprender, pois são necessárias muitas repetições para manter a informação na memória, e também para dar tempo da pessoa praticar” (Vula Maria Ikonomidis). É preciso considerar o estilo do aprendizado de cada um observando suas preferências e fortalezas além de trabalhar em cima das habilidades que a pessoa tem.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Folheto FACT 3 – COMMUNICATION / Primavera 2005 - Lousiana Department of Education 1.877.453.2721 State Board of Elementary and Secondary Education IKONOMIDIS Vula Maria. MAIA Shirley Rodrigues;- junho de 2008
ROWLAND Charity e SCHWEIGERT Philip - Soluções Tangíveis para Indivíduos Com Deficiência Múltipla e ou com Surdocegueira. Apostila In mimeo. Tradução Acess. Revisão: Shirley R. Maia - 2013.

Aspectos Importantes para saber sobre Surdocegueira e Deficiência Múltipla. Texto elaborado pela coordenadora da disciplina Profa. Dra. Shirley Rodrigues Maia para apoiar no desenvolvimento das propostas de Solução para o Problema.

Deficiência Múltiplas sensorial IKONOMIDIS Vula Maria


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