Educação
Escolar de Pessoas com Surdez – Atendimento Educacional Especializado em
construção
Presenciamos expectativa de uma nova proposta
politica de Educação Especial Inclusiva, particularmente para as pessoas com
surdez em um ambiente escolar e nas politicas sociais. Muitas propostas estão
sendo discutidas em prol de uma metodologia que venha proporcionar uma educação
eficaz e inclusiva às pessoas com surdez. Juntamente com essas discussões
aparecem também os entraves que precisão ser solucionados, principalmente no
que diz respeito à epistemologia gestualista e os oralistas, que conduz a
discussão da escola para pessoa com surdez preocupada somente na escolha de
qual língua a ser usada, nos interesses que giram em torno das suas convicções,
de que os seus métodos são os meios mais eficientes para o desenvolvimento
escolar das pessoas surdas. Dando ênfase maior as limitações que esta restrita
somente ao sensorial auditivo, esquecendo-se de olhar essas pessoas com surdez,
como seres de consciência, pensamento e linguagem. O seu potencial deve ser
estimulado, proporcionando o maior desenvolvimento no seu cotidiano e na sua
vida escolar.
“A atenção deve estar centrada,
primeiramente, no potencial natural que esses seres humanos têm, independente
de deficiência, diferença, limites ou mesmo do marcador surdo. Nessas pessoas, se lhes
forem criados ambientes propícios para desenvolverem o seu potencial, as marcas
do déficit, da falta, da falha e da deficiência serão secundarizadas e será
exaltado o seu potencial humano”.
Historicamente,
as pessoas com surdez eram tratadas como doentes e incapazes, devido a sua falta
de audição. Essas situações as colocavam em um mundo de pessoas surdas
separadas das pessoas ouvintes, deixando-as excluídas da sociedade. Uma
proposta da política voltada para a educação no Brasil tem buscado ver o homem
como pessoa independente da sua classe social, cultura ou linguagem, mas como
uma pessoa sujeita de um contexto de inclusão não importando sua deficiência,
limitações. Observando nessas pessoas suas potencialidades para que possam
fazer parte dessa sociedade. A proposta de inclusão na escola transforma a
educação como um instrumento facilitador de aprendizagem levando conhecimentos
e facilitando a independência das pessoas com surdez, proporcionando uma real
inclusão.
“Porém, por mais que as políticas
estejam já definidas, muitas questões e desafios ainda estão para serem discutidas,
muitas propostas, principalmente no espaço escolar, precisam ser revistas e
algumas tomadas de posição e bases epistemológicas precisam ficar mais claras,
para que, realmente, as práticas de ensino e aprendizagem na escola comum
pública e também privada apresentem caminhos consistentes e produtivos para a
educação de pessoas com surdez”.
Temos conhecimento dos diversos entraves na
educação inclusiva, por isso se faz necessário vence-los, dando prioridades às
perspectivas que levam ao melhor desenvolvimento das pessoas com surdez. A
escolha de qual língua usar com as pessoas que possuem surdez sempre foi um
contratempo para o prosseguimento de inclusão. Rompemos com a questão de qual
língua deve ser usada, gestualista ou oralista e aceitemos que a pessoa com
surdez é capaz de aprender com o método bilíngue, Libras juntamente com a
língua Portuguesa, aprendendo a leitura e a escrita facilitando a convivência
em ambientes variados com os ouvintes e não ouvintes. Sabemos que as pessoas
com surdez convivem no mesmo ambiente de parentes ouvintes e sua comunicação
seria mais oportuna usando o método bilíngue.
“Diante do exposto, legitimamos a abordagem bilingüe e aplicamos a
obrigatoriedade dos dispositivos legais do Decreto 5.626 de 5 de dezembro de
2005, que determina o direito de uma educação que garanta a formação da pessoa
com surdez, em que a Língua Brasileira de Sinais e a Língua Portuguesa,
preferencialmente na sua modalidade escrita, constituam línguas de instrução, e
que o acesso às duas línguas ocorra de
forma simultânea no ambiente escolar, colaborando para o desenvolvimento de
todo o processo educativo”.
Com base na
lei, justifica a implantação do Atendimento Educacional Especializado para as
pessoas com surdez por meio da Política Nacional de Educação na Perspectiva
inclusiva, sendo a sua imcumbência conceder recursos que melhor possa facilitar
o desenvolvimento deste aluno na sala de AEE juntamente com os professores das
classes comum de ensino havendo assim, uma interação entre os profissionais,
além de dar autonomia dentro e fora da escola.
REFERÊNCIAS:
DAMÁZIO,
M. F. M.; FERREIRA, J. Educação Escolar
de Pessoas com Surdez-Atendimento Educacional Especializado em Construção.
Revista Inclusão: Brasília: MEC, V.5, 2010.