domingo, 9 de março de 2014

Educação Escolar de Pessoas com Surdez – Atendimento Educacional Especializado em construção


Presenciamos expectativa de uma nova proposta politica de Educação Especial Inclusiva, particularmente para as pessoas com surdez em um ambiente escolar e nas politicas sociais. Muitas propostas estão sendo discutidas em prol de uma metodologia que venha proporcionar uma educação eficaz e inclusiva às pessoas com surdez. Juntamente com essas discussões aparecem também os entraves que precisão ser solucionados, principalmente no que diz respeito à epistemologia gestualista e os oralistas, que conduz a discussão da escola para pessoa com surdez preocupada somente na escolha de qual língua a ser usada, nos interesses que giram em torno das suas convicções, de que os seus métodos são os meios mais eficientes para o desenvolvimento escolar das pessoas surdas. Dando ênfase maior as limitações que esta restrita somente ao sensorial auditivo, esquecendo-se de olhar essas pessoas com surdez, como seres de consciência, pensamento e linguagem. O seu potencial deve ser estimulado, proporcionando o maior desenvolvimento no seu cotidiano e na sua vida escolar.

“A atenção deve estar centrada, primeiramente, no potencial natural que esses seres humanos têm, independente de deficiência, diferença, limites ou mesmo do marcador surdo. Nessas pessoas, se lhes forem criados ambientes propícios para desenvolverem o seu potencial, as marcas do déficit, da falta, da falha e da deficiência serão secundarizadas e será exaltado o seu potencial humano”.


Historicamente, as pessoas com surdez eram tratadas como doentes e incapazes, devido a sua falta de audição. Essas situações as colocavam em um mundo de pessoas surdas separadas das pessoas ouvintes, deixando-as excluídas da sociedade. Uma proposta da política voltada para a educação no Brasil tem buscado ver o homem como pessoa independente da sua classe social, cultura ou linguagem, mas como uma pessoa sujeita de um contexto de inclusão não importando sua deficiência, limitações. Observando nessas pessoas suas potencialidades para que possam fazer parte dessa sociedade. A proposta de inclusão na escola transforma a educação como um instrumento facilitador de aprendizagem levando conhecimentos e facilitando a independência das pessoas com surdez, proporcionando uma real inclusão.

“Porém, por mais que as políticas estejam já definidas, muitas questões e desafios ainda estão para serem discutidas, muitas propostas, principalmente no espaço escolar, precisam ser revistas e algumas tomadas de posição e bases epistemológicas precisam ficar mais claras, para que, realmente, as práticas de ensino e aprendizagem na escola comum pública e também privada apresentem caminhos consistentes e produtivos para a educação de pessoas com surdez”.

Temos conhecimento dos diversos entraves na educação inclusiva, por isso se faz necessário vence-los, dando prioridades às perspectivas que levam ao melhor desenvolvimento das pessoas com surdez. A escolha de qual língua usar com as pessoas que possuem surdez sempre foi um contratempo para o prosseguimento de inclusão. Rompemos com a questão de qual língua deve ser usada, gestualista ou oralista e aceitemos que a pessoa com surdez é capaz de aprender com o método bilíngue, Libras juntamente com a língua Portuguesa, aprendendo a leitura e a escrita facilitando a convivência em ambientes variados com os ouvintes e não ouvintes. Sabemos que as pessoas com surdez convivem no mesmo ambiente de parentes ouvintes e sua comunicação seria mais oportuna usando o método bilíngue.

“Diante do exposto, legitimamos a abordagem bilingüe e aplicamos a obrigatoriedade dos dispositivos legais do Decreto 5.626 de 5 de dezembro de 2005, que determina o direito de uma educação que garanta a formação da pessoa com surdez, em que a Língua Brasileira de Sinais e a Língua Portuguesa, preferencialmente na sua modalidade escrita, constituam línguas de instrução, e que o acesso às duas línguas  ocorra de forma simultânea no ambiente escolar, colaborando para o desenvolvimento de todo o processo educativo”.

Com base na lei, justifica a implantação do Atendimento Educacional Especializado para as pessoas com surdez por meio da Política Nacional de Educação na Perspectiva inclusiva, sendo a sua imcumbência conceder recursos que melhor possa facilitar o desenvolvimento deste aluno na sala de AEE juntamente com os professores das classes comum de ensino havendo assim, uma interação entre os profissionais, além de dar autonomia dentro e fora da escola.

REFERÊNCIAS:


DAMÁZIO, M. F. M.; FERREIRA, J. Educação Escolar de Pessoas com Surdez-Atendimento Educacional Especializado em Construção. Revista Inclusão: Brasília: MEC, V.5, 2010.